Difícil quem não sofra devido a poluição sonora. Ela ocorre quando num determinado ambiente o som altera a condição normal de audição. Embora não se acumule no meio ambiente, como outros tipo de poluição, causa vários danos ao corpo e à qualidade de vida das pessoas.
O ruído é o que mais colabora para sua existência e é provocado pelo som excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de transporte, áreas de recreação, etc. Estes ruídos provocam efeitos negativos para o sistema auditivo das pessoas, além de provocar alterações comportamentais e orgânicas. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que um som deve ficar em até 50 db (decibéis – unidade de medida do som) para não causar prejuízos ao ser humano. A partir de 50 db, os efeitos negativos começam. Alguns problemas podem ocorrer a curto prazo, outros levam anos para serem notados.
O professor universitário Mário Márcio da Rocha Cabreira, o problema da poluição sonora tem a ver com educação. “Não só de educação, mas também , de saúde e segurança pública”, afirma. Cabreira sofre com a poluição sonora há dois anos. Perto de sua residência tem uma casa noturna que faz shows quase que diariamente. “ Antes o barulhos era só final de semana, agora tem barulho todos os dias”, relata. O professor conta que fez diversos boletins de ocorrência, mas até agora nada foi feito com relação ao problema do som alto. “Já prestei queixa na Delegacia Especializada de Ordem Política e Social, reclamei várias vezes e até agora nada foi resolvido”, desabafa.
“Eu só espero que os barulhentos compreendam que eu preciso dormir”. (Cabreira)
De acordo com o delegado da DEOPS, Antônio Silvano Rodrigues Mota, o som alto e perturbações do sossego, são as maiores causas de reclamações em delegacias. “Este é um problema frequente”, diz. Mota orienta que todo cidadão que sofre com a poluição sonora deve procurar a delegacia pra formalizar a ocorrência. “Pra que se tenha um procedimento de natureza formal”, explica.
Ainda segundo o delegado, a DEOPS atua na repressão e verificação com o intuito de coibir estas práticas de desordem pública. “Em questão de denúncias, a DEOPS faz a verificação no local e conforme o caso, a pessoa responsável pela desordem responderá criminalmente, dentro das contravenções penais”, afirma.
Além de ter que conviver com o barulho, o professor Cabreira também sofrer os danos causados pela poluição sonora. “Sinto cansaço, irritação, por não conseguir dormir a noite, acordo dolorido, como se tivesse levado uma surra”, relata.
Para o otorrinolaringologista, Pedro Paulo Rocha, a exposição prolongada ao ruído, lesa a médio e longo prazo o ouvido. “Estes ruídos provocam uma porção de sintomas como: insônia; estresse; depressão; perda da audição, concentração e memória; dores de cabeça; aumento da pressão arterial; cansaço; irritações do nariz-ouvido-garganta; gastrite, úlcera, dentre outros fatores”, explica. Ele diz que ao falar mais alto do que o ruído, a pessoa força a garganta. “ Isso prejudica as cordas vocais e exige um maior esforço de concentração”, diz. “É como disse São Francisco de Assis: O bem não faz barulho, e o barulho não faz bem” completa.
Para evitar os efeitos nocivos da poluição sonora é importante: evitar locais com muito barulho; escutar música num volume de baixo para médio; não ficar sem protetor auricular em locais de trabalho com muito ruído; escutar mp3 player num volume baixo, não gritar em locais fechados, evitar locais com aglomeração de pessoas conversando, ficar longe das caixas acústicas nos shows de rock e fechar as janelas do veículo em locais de trânsito barulhento.
Elizângela Lemes
Foto: Lane Nakasone
Elizângela Lemes
Foto: Lane Nakasone
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