Você já deve ter percebido que em alguns córregos da Capital existe uma plaquinha certificando a qualidade da água. Mas como esse "certificado" é feito? Bom, nós fomos tentar descobrir.
Desde 2009, a Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SEMADUR), desenvolve o projeto Córrego Limpo. A idéia é realizar um monitoramento na qualidade da água dos córregos urbanos. Em Campo Grande existem 33 córregos identificados e nominados dentro do perímetro urbano e que estão distribuídos em dez microbacias:
-Bandeira (formado por Bandeira e Cabaça)
-Lagoa (formado por Buriti)
-Gameileira (formado por Gameleira )
-Bálsamo (formado por Bálsamo )
-Imbirussu (formado por Serradinho)
-Lageado (formado por Lageado )
-Prosa (formado por Prosa, Sóter e Revellieu )
-Coqueiro(formado por Botas e Coqueiro )
-Segredo (formado por Cascudo e Maracaju )
-Anhanduí (formado por Anhanduí )
Dessas 10 microbacias, foram escolhidos 98 pontos de coletas para o monitoramento da qualidade da água. Esses pontos estão espalhados por diversos pontos da cidade. Os locais não foram escolhidos a toa, são pontos que possuem empreendimentos ou atividades que lançam seus despejos nos córregos, bem como nascentes e confluências de córregos (pontos de diluição ou contribuição).
Nestes pontos são realizadas trimestralmente coletas de amostras e feitas análises laboratoriais. Segundo os técnicos da SEMADUR, o programa consegue detectar as áreas mais afetadas, e adotar medidas e procedimentos que poderão, no futuro, resultar na reeducação e na sensibilização da população para redução do consumo de água, racionalização e até na manutenção das áreas de preservação permanente.
Para se ter uma noção, no Córrego Sóter, é possível ver muito lixo jogado em suas margens. Este córrego sofreu muito com a tempestade de fevereiro de 2010, e transbordou, inundando as vias públicas próximas.
Já o Córrego Segredo tem sofrido muito nos últimos anos, com o assoreamento e com a degradação da mata ciliar, que ainda existem em suas margens. No Córrego Formiga, que é afluente do Rio Anhanduí, o problema é o alto índice de chorume, produto químico altamente poluente, e que é produzido pelo “lixão” da cidade, que fica localizado nas proximidades do córrego.O chorume é despejado no Córrego Formiga, que posteriormente é lançado no Rio Anhanduí. Este produto químico também se infiltra no solo, podendo chegar aos lençóis freáticos.
Outro córrego que também sofre com a poluição, e que fica localizado nas proximidades do centro da cidade, é o Córrego Vendas, cujas águas já receberam por três vezes seguidas uma espécie de detergente, de cor avermelhada, que produziu muita espuma e que mataram os poucos peixes que ainda existiam.
O desafio:
E aí está a questão mais importante do projeto, estimular a população a cuidar da qualidade das águas aqui em Campo Grande. O desafio ainda é grande. Todas estas microbacias já demonstram algum efeito de alterações provocadas pela ocupação urbana, apresentando sinais de degradação por processos de assoreamentos, solapamentos, insuficiência no sistema de captação de águas pluviais, contaminação por efluentes domésticos, sendo as Bacias do Segredo, Prosa e Anhanduí as que apresentam níveis mais críticos.
No último levantamento divulgado pela secretaria, 33 pontos coletados apresentaram níveis de contaminação. E o que é o pior, algumas utilizam essas águas contaminadas para consumo, o que pode prejudicar a saúde. Mas então, qual a saída para se evitar que os rios continuem sendo poluídos?
Para o secretário da SEMADUR , Marcos Cristaldo, a população precisa colaborar com o poder público para evitar a poluição nos córregos. E ao contrário do que parece é uma missão não tão difícil. O caminho é a conscientização. Atitudes pequenas podem colaborar , e muito, com a preservação.
Para os moradores a lição deve começar dentro de casa. Instalar rede coletora de esgoto, evitando o uso das fossas que pode contaminar o lençol freático e até mesmo evitar de se jogar lixo em locais inadequados.
Uma questão de saúde pública:
Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) 28 mil pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de doenças provocadas por água contaminada, condições sanitárias precárias e falta de higiene.
De acordo com o estudo, no mundo, 6,3% das mortes ainda são causadas por doenças, relacionadas à má qualidade da água e às condições de higiene.
No total, são 3,5 milhões de mortes por ano no mundo que poderiam ser evitadas se, além de um sistema eficaz de tratamento de água.
Índice de qualidade da água | ||
QUALIDADE | INTERVALO | COR |
PÉSSIMA | PRETO | |
RUIM | VERMELHO | |
REGULAR | AMARELO | |
BOA | VERDE | |
ÓTIMA | AZUL |
CLASSIFICAÇÃO
RIO ANHANDUÍ
Ponto 1 - Verde (boa): avenida Ernesto Geisel com Fernando Corrêa da Costa (IQA - 47)
Ponto 2 - Vermelho (ruim): rua Patriarca com rua Bom Sucesso (IQA-33)
Ponto 3 - Amarelo (regular): pontilhão da avenida Ezequiel Ferreira Lima abaixo do Parque Ecológico do Anhanduí (IQA -41)
Ponto 4 - Amarelo (regular): rua Dario Filho com Rua Barnabé e Sebastião Ferreira (IQA-46)
Ponto 5 - Vermelho (ruim): avenida Ernesto Geisel com Manoel da Costa Lima (IQA - 32)
SÓTER
Ponto 6 - Verde (boa): Avenida Mato Grosso com Nelly Martins (Via Parque) (IQA- 62)
BANDEIRA
Ponto 7 - Amarelo (regular) Ponte sobre o córrego Bandeira com a avenida Ermesto Geisel (IQA - 50)
LAGOA
Pontos 8 e 9 - Verde (boa): nascente do Lageado, avenida Antonio Carlos (IQA-66)
Ponto 10 - Regular (amarelo): anel viário com avenida Três Barras (IQA-51)
SEGREDO
Ponto 11 - Vermelho (ruim) - avenida Ernesto Geisel próximo à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Cabreúva (IQA-33)
Ponto 12 - Amarelo (regular) - avenida Ernesto Geisel, duas quadras à frente da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)
Ñ fala os nomes dos córregos!😠
ResponderExcluir