Ela é vista, mas não é lembrada
Pouco se fala em poluição visual. Além das autoridades e poder público, as próprias organizações não-governamentais e entidades ambientais são pouco expressivas em relação a luta contra esse tipo de poluição.
A poluição visual está relacionada ao excesso de cartazes, banners, luzes, propagandas, pixações e, até mesmo, de fios de eletricidade, situações bastante comuns no meio urbano. Além de promover o desconforto espacial e visual, este excesso descaracteriza e desvaloriza os aspectos culturais da cidade.
Campo Grande não está livre deste tipo de poluição. Um dos profissionais que percebem a gravidade do problema é o arquiteto Ângelo Arruda. Ele afirma que a poluição visual se agravou com o passar dos anos, a cidade cresceu e as normas ficaram mais brandas. “A poluição visual é ruim para a cidade e para seus cidadãos. Ela esconde a beleza da arquitetura, da paisagem, da história, cria uma histeria urbana de propaganda que somente beneficia o capital privado”, ressaltou Arruda.
Em busca da solução - A esperança de se amenizar a poluição visual está no artigo 26 do Plano para Revitalização do Centro de Campo Grande, que diz: “Para a valorização do ambiente natural e construído nas Zonas de Especial Interesse Cultural (Zeics) e combate à poluição visual e degradação ambiental, toda a comunicação visual obedecerá ao disposto nesta seção, em conformidade com as diretrizes do Plano de Revitalização do Centro e será regulamentada em até 180 dias”.
O Plano de Revitalização, lei complementar nº 161/2010, foi sancionado pelo prefeito Nelson Trad Filho no dia 20 de julho deste ano. Mas as regras que se referem a poluição visual devem ser apresentadas somente no próximo ano. “A situação no centro deve mudar com o Plano de Revitalização, mas em todo caso precisamos envolver mais entidades para discutir o problema”, analisou o arquiteto Ângelo Arruda.
Sobre a falta de participação da sociedade e entidades ambientais na luta contra este tipo de poluição, Arruda acredita que somente o poder público poderá resolver o problema. “Nós moradores da cidade, merecemos ser protegidos pelo poder público e não colocados na poluição urbana”.
O arquiteto sugere ainda uma solução. “Fica aqui uma proposta que todo proprietário de terreno que quiser colocar outdoor ou outra coisa de propaganda, tenha um alvará do poder público onde será autorizado o tamanho, posição da placa etc”.
Pixações: Exemplo de poluição visual em Campo Grande
Poluição luminosa – Alguns tipos de poluição visual podem interferir em ecossistemas e causar efeitos negativos à saúde, como por exemplo, a poluição luminosa. Neste caso, a fonte de poluição são as luzes de residências e outros estabelecimentos, anúncios publicitários, iluminação viária, bem como toda outra fonte artificial de luz.
A poluição luminosa produz muitos impactos negativos para o reino animal, o reino vegetal e a humanidade. Este tipo de poluição pode confundir a navegação animal, alterar interações de competição, alterar relações entre presas e predadores e afetar a fisiologia do animal.
Adriana Queiroz
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