Neste sábado (13) completa cinco anos que o ambientalista sul-mato-grossense Francisco Anselmo de Barros, o Francelmo, ficou sem vida em uma manifestação de defesa ao ecossistema do Pantanal. Onde após um ato de imolação, ateando fogo em seu corpo, ele morreu pela causa e luta em favor do Meio Ambiente.
O ato chocou o Estado e o país, como também teve repercursão internacional e resultou em outros protestos ou presão junto aos poderes constituidos e chegou ao objetivo do ato extremo do ambientalista, de barrar a instalação das usinas no Pantanal.
Amanhã, amigos e familiares estarão no local do ocorrido, no calçadão da Rua Barão do Rio Branco, para um ato em homenagem e relembrança ou anúncio do movimento e causa do que o ambientalista lutava e morreu.
Francelmo trocou sua vida pela salvação do Pantanal. Em um gesto corajoso e incompreensível, para alguns, o ambientalista ateou fogo em seu próprio corpo no dia 12 de novembro de 2005, no final da manifestação realizada no centro de Campo Grande contra a quase possível instalação de usinas de álcool
Para o jovem ambientalista Eduardo Romero, 30 anos, Francelmo sempre se dedicou as questões ambientais, onde motiva muita gente, dando exemplo e estimulando a luta.
“Eu mesmo sempre o admirei e via nele um espelho de dedicação, aprendi muito com ele e se hoje sou ambientalista, ele tem parcela de contribuição nisso. Deu a vida em defesa daquilo que acreditava e sempre alertou os governantes e população sobre o papel de cada um na defesa da vida", declara Romero.
Consciente do que fez
De acordo com Jorge Gonda, presidente da Associação Francisco Ancelmo para Conservação da natureza (Afacon) – antiga Fuconams – Francelmo fez o ato com consciência, o que para muitos o chamaram de louco, mas para quem o conhecia, foi um ato de exemplo de vida e difícil, que não é qualquer um que faz.
“Ele sabia o que fazia, foi o ato ‘final’ dele, um exemplo de vida, difícil de fazer o que ele fez. Não há muitos que tem a coragem e o exemplo de vida que ele deixou. Para quem o conhecia, sua vida era a defesa do Meio ambiente acima de qualquer coisa”, relata o presidente.
Gonda, relembra que ele participou da manifestação tranqüilamente e não deixou transparecer em momento algum que iria entregar sua vida para salvar o Pantanal. O ambientalista de 65 anos deixou várias cartas para amigos, familiares e à imprensa justificando seu ato e pedindo que todos continuassem seu luta.
Apesar de ter cometido o ato durante a manifestação das usinas de álcool no Pantanal, Francelmo deixou claro em suas cartas que cometeu este protesto por toda causa ambiental.
Todo o ambiente
Em sua carta à imprensa cita os transgênicos, a transposição do São Francisco, as queimadas na Amazônia e a destruição do Pantanal com a implantação da hidrovia Paraguai-Paraná, de pólos minero-siderúrgico e gás químicos.
“O espírito dele está junto de nós e queremos continuar sua luta. Ele foi um homem, corajoso, amigo, honesto, ético e morreu lutando pela vida. Agora resta para todos, além da imensa saudade, continuar sua luta”, define Gonda.
Pioneirismo
Francisco Anselmo de Barros foi fundador e presidente da Fuconams (Fundação para Conservação da Natureza de Mato Grosso do Sul), uma das primeiras entidades de defesa do meio ambiente do país, foi articulador da criação e conselheiro da A.M.E. (Associação Mato-Grossense de Ecologia), primeira entidade ambientalista do Estado de Mato Grosso, membro fundador do Conama (Conselheiro Nacional de Meio ambiente) e do CECA (Conselho Estadual de Controle Ambiental).
Em seu currículo estão ainda cargos no CMMA (Conselho Municipal de Controle Ambiental), membro da Abrajet (Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo), da ADESG (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra), diretor executivo da Editora Saber Ltda, diretor executivo da Associação de Fomento e apoio às Artes e a Cultura em Geral.
Foi filiado ao Fórum Brasileiro de ONGs (FBOMS), a Associação Brasileira de ONGs e participante da Coalizão Rios Vivos, Rede Pantanal, Rede de Ongs da Mata Atlântica, Rede Aguapé de Educação Ambiental, Rede Cerrado e coordenador do Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e do Fórum de Defesa do Pantanal.
Serviço
O ato ocorre a partir das 9h no calçadão da Barão, quase esquina com a Rua 14 de Julho.
http://www.midiams.com.br/site/geral/?id=15506
Saiba mais no Texto de Alexandre Maciel e Yara Medeiros, com a colaboração de Allison Ishy, jornalistas de Campo Grande em http://www.ecolnews.com.br/a_vitoria_de_francelmo.htm
Postado por Adriana Queiroz
Postado por Adriana Queiroz
Nenhum comentário:
Postar um comentário